Ciberhipocondria, segundo o Google, é a palavra que vem
sendo usada para denominar aquelas pessoas que possuem um medo exagerado de
estarem gravemente doentes e, pior de tudo, usam a Internet para se
autodiagnosticarem, já que não confiam na opinião médica.
Dito isso, eu assumo: sou ciberhipocondríaca. Viram, já
estou me autodiagnosticando. Para ser mais específica, meu medo não é de
contrair alguma doença fatal, mas de sentir os sintomas, associados ou não à
dor. E, claro, o que acontece comigo? Eu estou sempre com algum sintoma, fato
que me leva a pesquisar todas as doenças existentes na web e assistir a todos
os episódios de House.
Naturalmente que, em algumas ocasiões, eu me rendo e vou ao
médico. E esses momentos tendem a ser um misto de constrangimento e diversão.
Após explicar detalhadamente tudo o que eu estou sentindo (o que leva cerca de
30 minutos, deixando irritadíssimos os pacientes que estão na sala de espera),
o médico me pede alguns exames e prescreve alguns medicamentos. Nessa hora, eu
inicio a fase de confrontamento e perguntas: mas esse remédio não vai ser
prejudicial à minha gastrite? Quais são os efeitos colaterais? E esses exames
não podem ser complementados por mais este outro aqui?
Creio que a maioria dos médicos que eu fui, me detestam.
Vários anos de faculdade e especializações para serem questionados por uma
qualquer, que sabe tudo de... Wikipédia. E eu imagino a frustração deles pois,
como designer, sempre uso um exemplo clássico quando os clientes tentam palpitar
no meu trabalho: por acaso você vai ao médico e diz pra ele que o remédio que
ele receitou não é o que você deve tomar?
É. Eu faço isso. Acho que está na hora de... trocar de
exemplo.