segunda-feira, 20 de junho de 2011

Era uma vez uma garota de alma triste, da mesma cor azul-acizentada que possuem aqueles bancos de praça antiga nos filmes de época. E quando ela sorria, exibia um sorriso leve, que escondia toda aquela melancolia que guardava dentro de si. Mas, ironicamente, ela se sentia bem dentro de seu mundinho triste. Gostava de pensar na vida de forma saudosista, com saudades de um tempo que nunca viveu.

No entanto, por alguns períodos, toda aquela tristeza ganhava tons mais sombrios e formas mais agressivas, extravasando seu pequeno corpo e partindo para o mundo, rolando em lágrimas de um sofrimento inexplicável. E ela tentava esconder de todas as pessoas aqueles sentimentos, para que ninguém descobrisse quão complexa e dramática era sua essência.

Mas, na verdade, tudo o que ela queria era encontrar um olhar amigo, que a aceitasse daquele jeito estranho de ser. Porque ela sabia que eram poucos os que possuíam paciência e carinho suficientes para compreender e confortar qualquer problema que não fosse os seus próprios. Enquanto isso, ela fingia que não era nada importante, porque estava cansada de ser abandonada. No fundo, só queria ser feliz.

Querem saber uma verdade? Ninguém se importa com a gente. Ninguém quer saber de nossos planos, nossos sonhos. Muito menos de nossas dores. Ninguém pergunta se o dia foi bom, se nos alimentamos bem, se alguém nos magoou. Ninguém quer saber por que passamos tanto tempo em silêncio ou o que nos preocupa. Ninguém está afim de ouvir nossas histórias, nossos lamentos. Ninguém se dispõe a nos compreender. Ninguém percebe que talvez possa ajudar a encontrar grandes soluções para pequenos problemas. É, meus amigos, estamos sozinhos. Todos sozinhos em suas cápsulas de sobrevivência.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Eu tenho medo de levar uma vida monótona.
Eu tenho medo da rotina.
Eu tenho medo de ser infeliz.
Eu tenho medo de ser abandonada.
Eu tenho medo de sentir dor.
Eu tenho medo de que ninguém goste de mim.
Eu tenho medo de pessoas com transtornos maiores que os meus.
Eu tenho medo de ficar pra trás.
Eu tenho medo de ser a última a saber.
Eu tenho medo de pessoas egocêntricas.
Eu tenho medo de pessoas que falam demais.
Eu tenho medo de pessoas que falam de menos.
Eu tenho medo de falar demais.
Eu tenho medo de falar de menos.
Eu tenho medo de ser incompreendida no meio de tanta complexidade.
Eu tenho medo de mim.