quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Fim. O Início. A Retrospectiva. A avaliação. Os fatos. A ponte. O passado. A introspecção. O fundo. A dor. A descrença. A oração. A promessa. A chance. A volta. O vazio. A perda. A estagnação. A busca. A luz. O lugar. A persistência. As quedas. A persistência. Os amigos. A rejeição. A persistência. A aceitação. As tentativas.O reajuste. O trabalho. A dedicação. As quedas. O medo. A persistência. O reencontro. As frustrações. As conversas. Os amigos. A persistência. Os resultados. O otimismo. A alegria. As conquistas. As expectativas. A gratidão.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Me lembro muito bem quando uma professora de Literatura, que me deu aulas no segundo grau, falava que os brincos eram apenas uma forma que os homens inventaram para reprimir a liberdade feminina, limitando suas vidas à maternidade. Ela explicava que, baseando-se em princípios da acupuntura, os chineses furavam as orelhas de suas jovens esposas para que seus úteros se desenvolvessem mais rapidamente e elas pudessem procriar.

Essa teoria me marcou muito, principalmente porque eu sempre detestei brincos. São incômodos, e não creio que embelezam. Na verdade, esses adornos me parecem vulgares. Só que, até aquele momento, eu acreditava que minha ojeriza a estes acessórios era apenas um gosto pessoal. Não era. Era uma forma de ver a vida.

Mas isso não tem apenas a ver com uma história contada por uma professora feminista. E não se resume à minha opção por não usar brincos. O fato é que, apesar de muitas tentavivas, eu nunca consegui me enquadrar no contexto social feminino, preocupando-me com roupas, cabelo e limpeza da casa. E não digo isso com alegria, pois sempre me incomodei bastante com comentários referentes a falta de importância que eu dava ao aprimoramento do visual. Mas isso não pode ser rotulado como descuido, até porque sempre mantive os cuidados que considero essenciais para me sentir bem. É falta de interesse, é a existência de outros interesses e também é a necessidade de me sentir livre desses clichês femininos.

Aí que entra, novamente, a tal da teoria dos chineses e suas esposas fadadas à maternidade. Eu explico: nunca permiti que ninguém tentasse me enquadrar em uma forma de vida padronizada ou me tratasse como mulherzinha. Porque eu não sou. Não é uma crítica àquelas que gostam de ser assim, de seguir normas impostas por uma sociedade machista. Mas é um desabafo por ver que muitas não percebem quem são, já que não são ninguém...