quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Fim. O Início. A Retrospectiva. A avaliação. Os fatos. A ponte. O passado. A introspecção. O fundo. A dor. A descrença. A oração. A promessa. A chance. A volta. O vazio. A perda. A estagnação. A busca. A luz. O lugar. A persistência. As quedas. A persistência. Os amigos. A rejeição. A persistência. A aceitação. As tentativas.O reajuste. O trabalho. A dedicação. As quedas. O medo. A persistência. O reencontro. As frustrações. As conversas. Os amigos. A persistência. Os resultados. O otimismo. A alegria. As conquistas. As expectativas. A gratidão.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Me lembro muito bem quando uma professora de Literatura, que me deu aulas no segundo grau, falava que os brincos eram apenas uma forma que os homens inventaram para reprimir a liberdade feminina, limitando suas vidas à maternidade. Ela explicava que, baseando-se em princípios da acupuntura, os chineses furavam as orelhas de suas jovens esposas para que seus úteros se desenvolvessem mais rapidamente e elas pudessem procriar.

Essa teoria me marcou muito, principalmente porque eu sempre detestei brincos. São incômodos, e não creio que embelezam. Na verdade, esses adornos me parecem vulgares. Só que, até aquele momento, eu acreditava que minha ojeriza a estes acessórios era apenas um gosto pessoal. Não era. Era uma forma de ver a vida.

Mas isso não tem apenas a ver com uma história contada por uma professora feminista. E não se resume à minha opção por não usar brincos. O fato é que, apesar de muitas tentavivas, eu nunca consegui me enquadrar no contexto social feminino, preocupando-me com roupas, cabelo e limpeza da casa. E não digo isso com alegria, pois sempre me incomodei bastante com comentários referentes a falta de importância que eu dava ao aprimoramento do visual. Mas isso não pode ser rotulado como descuido, até porque sempre mantive os cuidados que considero essenciais para me sentir bem. É falta de interesse, é a existência de outros interesses e também é a necessidade de me sentir livre desses clichês femininos.

Aí que entra, novamente, a tal da teoria dos chineses e suas esposas fadadas à maternidade. Eu explico: nunca permiti que ninguém tentasse me enquadrar em uma forma de vida padronizada ou me tratasse como mulherzinha. Porque eu não sou. Não é uma crítica àquelas que gostam de ser assim, de seguir normas impostas por uma sociedade machista. Mas é um desabafo por ver que muitas não percebem quem são, já que não são ninguém...

sábado, 2 de outubro de 2010

Quero presente de aniversário. Não, não tenho vergonha de dizer isso, vergonha eu teria de mim mesma se não admitisse. Admitir não apenas o meu desejo, mas admitir que esse dia é muito importante pra mim e eu quero ser lembrada.

Confesso, já rebaixei amigos meus no ranking de amizade por não terem lembrado do meu aniversário. Como assim, Claudia? Que tipo de amiga você é se não se dá ao trabalho de memorizar o dia em que eu nasci? Ah, muitos compromissos, falta de tempo? Aham, senta lá...

Voltando ao presente... Tem que ser grande, tem que ser belo, tem que ser caro. Ok, não se assuste, não pense que eu sou megalomaníaca. Apenas leia de novo, esquecendo-se de qualquer conceito visual. O presente que desejo tem qualidades subjetivas. Porque uma flor é mais bela que uma joia, e um bilhetinho carinhoso é maior que o maior livro. Sacou?

Então tá. Dia 6, espero seu presente. Mesmo!

sábado, 18 de setembro de 2010

Essa história de que "o coração não escolhe por quem se apaixona" é pura balela. Só se for um coração tão solitário e carente, que acha que qualquer um basta. Mas aí tem uma escolha também: a escolha de aceitar qualquer coisa, qualquer amor.

E creio que a maioria das pessoas fazem isso mesmo. Somos todos tão necessitados de carinho e afeto, que só um pouco já é o bastante. A cavalo dado não se olha os dentes, já dizia o ditado. E depois, queremos chorar nossa falta de sorte nos relacionamentos, buscando justificativas irreais para o óbvio: nos condicionamos a acreditar que qualquer um é melhor do que nada.

Contas erradas. Qualquer um não é melhor do que nada. O melhor é ter autoestima e saber buscar o que é importante para si, sem se contentar com o que é insuficiente. Ter respeito a si próprio, às próprias necessidades sentimentais se tornou algo raro hoje em dia. Mas isso não significa que seja feio ou fora de moda. Fora de moda é não saber buscar a felicidade.

domingo, 12 de setembro de 2010

A minha tese é a seguinte: homens buscam mulheres que sejam inferiores a eles. Sim, os belos sempre estão com as aguadas, pra não dizer feias. Os inteligentes gostam das loiras-burras. Os ricos se casam com as gatas-borralheiras, assim como nos contos de fadas. Nesse caso, azar o deles: elas sempre dão o golpe do baú depois. Ah, e aqueles que não possuem nenhum dos atributos acima, são uma excessão. Não preferem nenhum tipo de mulher: o que vier é lucro.

Parece engraçado, mas essa é a realidade. Por que eu escrevo isso? Na mais pura intenção de aconselhar aquelas que me lêem. Amigas, se vocês são belas, nunca deixem de priorizar a aparência e faltar as aulas do colégio. Faculdade? Não precisa não, vocës encontrarão um marido inteligente, que pensará por vocês. Se vocês são inteligentes, dediquem-se ao máximo aos estudos, ao trabalho. Não precisa se preocupar com coisas fúteis como a beleza exterior. Dessa forma, vocês terão mais chances com os galãs.

Agora, minha amiga, se você é bonita e inteligente, está com problemas... Dá um jeito de "embarangar-se", já que ficar burra é mais difícil. Ou fica pra titia. Dizem que as mulheres bonitas e inteligentes são auto-suficientes mesmo, nem precisam dos homens...

P.S. Antes que esse texto provoque reações inflamadas fica a dica: relaxe, é tudo brincadeirinha...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eu me boicoto. Ilustres leitores deste pequeno blog, essa é a verdade: EU ME BOICOTO. Porque eu desejo o azul, mas escolho o amarelo só pra não admitir que quero o azul. Louca? Certamente, mas isso tem sua lógica... Lógica aos avessos, é claro. Mas acompanhem o raciocínio:

Se eu admito que gosto do azul, o azul vai me desdenhar e preferir o branco. Sim, é assim que agem todos os azuis, eu bem conheço. E eu, vermelha de raiva, nem vou poder contar com o amarelo, que não gosta de ser a segunda opção.

No entanto, se eu faço a opção pelo amarelo, ainda posso gostar do azul às escondidas, tipo segredinho de diário. E o azul vai continuar lá, intacto no me desejo, vivo na minha intenção. Se o azul me desdenhar agora, eu digo que prefiro o amarelo, óbvio. E tudo se resolve.

Podia parar aqui, mas... Eu me boicoto! Porque pode ser que o azul... Bom, talvez ele... Ah, melhor deixar tudo assim mesmo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tem dias que são naturalmente tristes, que cheiram dor, que soam fétidos. Tem dias que não tem cor, que quero que não existam. Alguns dias doem por motivo nenhum ou por todos os motivos. Outros dias pesam nas costas, nos ombros, ardem na garganta, fervem o estômago.


Tem dias que morro. Não respiro, não me inspiro. Não tenho vida, sou inerte. Tem dias que não são dias, são apenas longos pesadelos que não acabam quando eu acordo. Não sei exatamente o que acontece, mas sei que nada acontece. Dias vazios, desejando serem esquecidos.

(...)

Umas palavras, umas conversas. Pouco me anima, tudo me irrita. Não fala comigo não, tudo o que você diz faz com que eu odeie você hoje. Fica em silêncio, assim é melhor.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sabe o que mais me incomoda? É ver que os homens vivem dizendo que detestam as mulheres que são fúteis, que são inúteis, mas continuam indo atrás delas. Claro, querem sexo fácil. Mas então, que moral eles têm para reclamar de futilidade, se são mais fúteis ainda? Sim, porque pensar só em sexo é uma futilidade. E homem que não tem nada a mais para oferecer do que um orgasmo, no máximo dois, não passa de um inútil. Ou seja: fúteis e inúteis são eles. Querem carne de primeira, quando não sabem nem temperar. Muito menos assar. Arrotam arrogância e se acham centrados, inteligentes, resolvidos, mas não passam de patéticas criaturas que falam uma coisa, mas fazem outra bem diferente.

E ainda querem colocar a culpa nas mulheres por eles serem cafajestes. Ora bolas, eu digo que a culpa é deles pelo fato da maioria das mulheres terem se tornado meros objetos sexuais! Sim, pense bem: que homem se relaciona com uma mulher que não faz sexo no primeiro, segundo, no máximo terceiro encontro? Sabendo disso, não resta alternativa: ninguém quer ficar pra titia.

Mulheres quase sempre buscam relacionamentos afetivos. Só que para conseguir isso, arriscam entregar o próprio corpo à alguém que pode estar querendo somente sexo. E na maioria das vezes é só isso mesmo. É uma aposta com pequena possibilidade de vitória. E este ato é totalmente compreensível. Ficar sentada esperando, recusando todo o assédio, aguardando a sensatez de algum homem, é missão difícil. Porque já se sabe, de antemão, que se você não dá o que eles querem, eles buscam outra. Pra eles, relacionar-se está fora de questão. Amar então, nem pensar. Coitados. Passam a vida evitando os melhores sentimentos, por serem medrosos e inseguros. Fracos e tolos. Fúteis e inúteis.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pensando bem, eu não me arrependo de ter voltado. De ter voltado para a minha vida. Sim, pois eu achava que seria mais feliz bem longe, mas esquecia que a felicidade dependia também de quem eu era. E eu não poderia simplesmente fugir da minha vida. Ela fica na memória, nas lembranças, no comportamento.

Quando me dei conta dessas coisas, compreendi o que eu realmente queria. E não era muito não, como eu imaginava antes. Eu só queria dar boas risadas e me livrar daquele peso nos ombros. O peso da busca de coisas inexistentes. O peso da falta de certezas.

Hoje eu vejo que estava tudo fora do lugar, e em vez de arrumar a bagunça eu queria correr dela. Mas isso nunca adiantava, porque eu sempre tinha que voltar, cedo ou tarde, e perceber que estava tudo lá, do mesmo jeito desorganizado de sempre. Isso não quer dizer que agora eu coloquei tudo no lugar. Só significa que, de vez em quando, eu dou uma arrumadinha, tiro o pó da estagnação.

Pensando bem... eu não me arrependo do que já foi. Tudo serviu pra aprender.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ela me enlouquece. Não aguento ouvir ela miar. Sim, porque agora ela "evoluiu" para essa forma rara de comunicação. E sempre está reclamando que dói isso, que trabalha demais, que está muito nervosa, que ninguém dá atenção. Coitadinha, ela tem todos os problemas do mundo. E eu sou a culpada, segundo ela.

Ela acha que sempre está certa. Que não tem que mudar. Ela não vê os próprios erros, não quer vê-los.

Ela não aguenta pressões. Ela não tem estrutura emocional. Ela delega todas as responsabilidades, porque sempre acha que tem responsabilidades demais.

Ela só sabe viver para os prazeres da vida. Luxo. Luxúria. Todo o resto é muito difícil. Andar com as próprias pernas é muito difícil. Pra mim, ela que é muito difícil.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ele é um ser estranho. Não, na verdade, intrigante. Instigante. O jeito que ele olha... Ele me faz pensar que talvez meus devaneios a seu respeito tenham alguma reciprocidade. Fico confusa. Seria mais fácil me ignorar, assim eu teria certeza que a obsessão é só minha. Mas claro, toda obsessão engloba também a loucura de pensar que o outro pensa o mesmo que você.

Mas não é o caso de pensar que eu esteja fascinada a esse ponto (os loucos nunca acham que são loucos). É apenas uma forma de sair da rotina, criar fantasias e agradar a mente. Resumindo, tudo isso me distrai. Observar ele, tentar entendê-lo... É mais fácil do que tentar entender-me. Viver no mundo da imaginação é mais seguro do que enfrentar a realidade. Aqui, eu posso controlar tudo. Posso até controlar os outros. Posso permitir que ele seja quem eu quiser. E ele é.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Briguei. Chutei o pau da barraca. Botei tudo pra fora. Disse tudo o que estava entalado lá no fundo da alma. Agora tô aqui, com medo das consequências. Me expus, fui sincera, e vou ser punida por isso. Que lógica estranha, não?

Por que a gente briga? Porque as pessoas não podem simplesmente se respeitar e aceitar as diferenças? Eu sei, é muito utópico. Mas seria bom. Um mundo sem gritos e ofensas.

Talvez brigar ajude a crescer. Impor vontades, mas no sentido de querer mostrar que aqui existe um ser com uma vontade totalmente independente dos desejos dos outros. Um ser com vontades próprias. É isso que eu sou, ou pelo menos estou tentando ser.

domingo, 27 de junho de 2010

O tempo muda as pessoas. E eu mudo conforme o tempo. Eu mudo conforme aquilo que vivo, aquilo que aprendo. Eu sou uma mescla de tudo o que passou com todos aqueles que passaram na minha vida. E também sou o que meu cérebro me permite ser. Todas as insanidades, os devaneios de minha mente se tornam realidade em mim, para mim. No meu íntimo, eu posso ser todas: a louca, a rebelde, a tímida, a superpoderosa. E meu mundo também pode ser um conto de fadas, se assim eu quiser. Mas tudo depende, tudo varia, tudo muda de forma e posição. Nada é igual sempre. Eu não sou igual ao que fui ontem, nem ao que serei amanhã. Eu mudo sempre, porque eu mudo conforme o tempo...

sábado, 26 de junho de 2010

Tem dias que são assim: eu acordo revoltada com o mundo. Sinto-me impotente diante dos fatos, das pessoas que detém certos poderes e não me permitem expressar minhas opiniões.

As pessoas são egoístas, não querem ouvir sugestões alheias. Sempre acham que estão certas e que nunca precisam mudar. Tenho pena. Elas não conseguem ver a realidade, vivem em um mundo de fantasia. Vivem na sua própria Matrix.

Tô cansada de me esforçar para tentar mudar o mundo. Acho que não vale mais a pena. Eu deveria me preocupar somente comigo, e os outros que se danem. Que queimem no mármore do inferno.

Fuck you all, folks!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Crise de choro. Uma dor incontrolável sem ter motivo algum. Quer dizer, talvez o motivo seja simplesmente abrir as comportas e esvaziar a represa. Esvaziar o coração das dores acumuladas, dos medos, das angústias.

Momento de total descontrole, descompostura. Deitar no chão e se encolher em posição fetal. Faz falta alguém para me abraçar nesse momento, para dizer que estou protegida do mundo lá fora. Momento infantil, de ter medo do bicho papão que está embaixo da cama.

Fragilidade total. A quem recorrer? Sou apenas uma menininha perdida no meio da floresta, procurando a vovozinha e tentando fugir do Lobo Mau. Nessa hora, tudo o que eu mais gostaria é de me esconder em uma caixinha e esperar esse turbilhão de emoções passar.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eu amo meus amigos. Decidi que não tenho medo de dizer isso, e não posso deixar isso pra outro momento, porque eles precisam saber disso. Eu adoro nossos acampamentos aqui em casa, adoro dormir com vocês, e me sinto completamente feliz ao acordar e ouvir suas vozes.

Adoro nossas baladinhas, nossas conversas, nossas alienações. O Vini derrubando ketchup, açucar ou qualquer coisa comestível pelo chão. A Rachel PRE-CI-SAN-DO de alguma coisa, o Ricardo sensualizando com suas dancinhas. Óbvio, não posso esquecer do Lucas falando sem parar durante o filme (meu resgate eterno), o Yuri vivendo "intensamente" sua juventude e o Rafa sexualizando.

Adoro poder dar risada, ser eu mesma, louca assim, sem me sentir deslocada. Eu, no meio dos meus adoráveis amigos insanos. Nada melhor. Pra quem acha que é pouco, fica a dica: vai se fuder.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quer saber? Eu tenho me sentido normal - no sentido de ser igual a todos os outros - e é estranho ser normal. Porque eu sempre fui acostumada a ser diferente, pensar diferente, gostar de coisas diferentes. Eu me sentia excluída do mundo, mas esse era o meu mundo. E agora eu tô aprendendo a ser normal.

O que mudou? Provavelmente eu mudei, mas não sei onde. Como a gente percebe onde e quando muda? Porque você está lá vivendo e de repente, alguém te diz: nossa, como você mudou! E você não entende nada, mas começa a observar, e vê que mudou mesmo. Mas aquele momento exato da mudança passa despercebido.

Voltando ao assunto... Agora eu sou normal. Eu me preocupo com coisas que todo mundo se preocupa: ter um trabalho, pagar o aluguel, fazer compras no mercado, encontrar o "amor da minha vida"! Mas o que eu pensava antes? Antes eu pensava demais. Eu queria salvar o mundo. Eu queria mudar as pessoas, eu queria contos de fadas.

Resumindo: eu cresci. Demorei, mas deixei de ser uma jovem idealista, apaixonada e passei a pisar no chão. Agora, me concentro nas futilidades materialistas e egoístas da vida. É, seguramente, mais frustrante, mas incrivelmente mais fácil ser normal. 

terça-feira, 25 de maio de 2010

Arrependimento é quando o tempo passa e, num dia qualquer, você percebe que fez uma escolha errada, lá atrás. E pode ser um pouco atrás ou muito atrás. Pode ser uma pequena escolha ou uma grande escolha.

E normalmente o arrependimento vem depois de um amadurecimento, depois que você muda a maneira de pensar, evolui. E essa evolução faz com que você olhe para o passado e veja os erros que afetam o seu presente. Não, talvez nao sejam erros, mas decisões ou comportamentos equivocados ou que você faria diferente agora.

O amadurecimento vem na forma de lindas rosas, que escondem os espinhos afiados da consciência. Arrepender-se é provar a dor de um desses espinhos. Quais são os outros? Ainda estou aprendendo...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Descobri que a dor da decepção é devastadora. Dói da ponta do cabelo ao dedo do pé. Dói na alma. E machuca o passado e o futuro. Machuca o registro que tínhamos de um passado bom, e as expectativas de um futuro feliz.

Eu me decepcionei muito. Mas o que mais me afeta agora é me sentir culpada por não ter visto a realidade antes, por ter fantasiado e me contentado com essa ilusão.

Junto com a decepção, veio a raiva. Raiva de mim, raiva do mundo. Raiva de não poder rebobinar o filme da vida e voltar na parte anterior a toda essa ilusão. Assim, não existiria a queda, a mudança de conceito e a decepção.

Dói muito. Mas passa. Eu espero.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Quem sou eu? Não sei, posso ser muitas coisas ao mesmo tempo, e às vezes posso ser ninguém. Isso é muito relativo, depende do momento, do ponto de vista, daquilo que estou sentindo.

Neste exato momento me sinto como um ser humano em busca de respostas, tentanto achar um caminho, um rumo para a vida.

Sei tão pouco sobre mim, sobre desejos e minhas paixões. Sou inconstante, volúvel e imediatista. Sou cigana, não gosto de me prender aos lugares, às idéias.

Sempre desejo mudar, reiniciar. Vivo em uma constante busca pela felicidade. E gosto de escrever sobre as coisas que descubro sobre eu mesma. Isso me desestressa, me alivia. É por isso que estou aqui.

Quando eu vejo que o maior problema, no momento, é a minha chefe hija de la madre puta que resolveu dar uma de espertinha e não quer pagar o combinado, isso significa que as coisas estão melhorando.

Por quê? Porque este é um problema real, quer dizer, não diz respeito aos meus sentimentos, às loucuras de minha mente insana ou qualquer outra coisa que eu criei. Na verdade o problema nem é meu, é de outra pessoa.

E tudo isso significa: benvinda ao mundo real! Real, atual, material, capitalista, onde todos devoram todos, sem se preocupar com ética, respeito ou responsabilidades. Seja como for, é mais confortante saber que minha chefe é uma velhaca, porque agora o problema esta do lado de fora, e não dentro de mim.

sábado, 20 de março de 2010

Eu tô no meio da ponte. Não sei se atravesso e sigo adiante - o que seria mais sensato -, ou se continuo olhando pra trás, refletindo sobre como cheguei até aqui. E ainda há o medo de cair da ponte.

A razão me diz para continuar andando, sem sequer olhar para os lados. Mas a emoção me faz querer continuar parada aqui, olhando para o passado, tentando compreender, por vezes me culpando pelos passos errados que eu dei durante o percurso.

No meio de tantas dúvidas, eu também olho para o rio e considero a possibilidade de seguir com ele, seguir seu fluxo.

O que é uma ponte senão uma analogia à nossa própria vida? Sempre temos algumas opções, algumas mais cômodas e seguras, outras mais difíceis, que nos exigem muita coragem. Onde você está, na ponte da sua vida?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Eu sou um ser humano - descorberta genial, eu sei -, e como todos os outros, me contradigo. Não que eu seja hipócrita,e também creio que a maioria não é.

Mas a gente pensa, a gente julga, e depois comete o mesmo crime que condena. Acreditamos no sim, fazemos o não.

E por que? Talvez porque vivemos na base da tentativa e erro, queremos testar nossas próprias teorias. Ou talvez não somos fortes o suficiente para sustentar nossas convicções por muito tempo.

Somos frágeis, complexos, multifacetados. Somos uma coleção de escolhas que realizamos. E sempre estamos longe do que poderíamos ou gostaríamos de ser.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Não consigo ver esse mundo encantado,
bem desenhado,
que é endeusado por alguns.

Meu mundo tem dor,
rancor,
mas também tem amor,
fervor
e um sabor de realidade.

Me dá ansiedade,
e parece meio insano
quase morrer quando meus planos
não ocorrem de verdade.

Não entendo a mentalidade
dessa gente pouco analista,
que não tem um ponto de vista
e acha normal a falsidade.

Mas eu preciso seguir
e oprimir meus pensamentos,
porque qualquer sentimento desatento
faz explodir a ira e a repressão
de muitos elementos.

domingo, 24 de janeiro de 2010

To cansada desses falsos adultos, desses falsos amigos, desses falsos homens. To cansada de me envolver nesse mundo lamaçento de tanta gente que acha, que acha, que não sabe nem quem é.

Mas aprende, deixa de ser burra, tu já não é mais criança e tem coisas mais importantes pra oferecer ao mundo. Faz uma força e mostra mais do que esses dois olhos verdes que Deus te deu de brinde - o resto foi conquistado com muito estudo, muito esforço e curiosidade.

Em algum lugar escondido, no meio da floresta, deve viver uma tribo escondida de indios intelectuais que dançam loucamente sob os efeitos medicinais da água de um riacho purificado e abençoado pelos deuses. Quem sabe eu encontre minha tribo.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Dizer que a gente está aqui, tranquila, e logo ali achar a vida um lixo e que todos odeiam a gente. Comportamento típico de mulheres antes da famigerada menstruação, mas também pode se muito mais.

Pode ser um pequeno monstrinho crescendo dentro de nós, e que futuramente se tornará uma depressão, uma compulsão ou um TAB. É preciso estar sempre atento aos nossos sentimentos, antes que eles nos traiam. Porque eles são mais espertos e sorrateiros.

Vigiar-nos o tempo inteiro parece um exagero, mas a saúde mental agredecerá, no futuro. Por que eu falo isso? Porque ser diagnosticada com Transtorno Afetivo Bipolar aos 25 não foi a surpresa mais agradável. E cada dia tem sido uma luta para chegar ao equilíbrio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Hoje eu descobri que tenho 17 anos. Estacionei no tempo, até minha expressão facial continua intacta (ainda bem que tem alguma compensação).

Eu me descobri com os mesmos medos, e vi que ainda não realizei a transição da grandiosidade da juventude para a responsabilidade da maturidade.

Meus amigos? Todos mais jovens. Meus amores também.

É difícil deixar de viver no mundo do prazer para passar a viver a realidade, onde os ganhos não são imediatos, mas as consequencias podem ser mais tênues. O mais difícil vai ser me descobrir como uma pessoa que quer se sentir equilibrada e segura de si.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Tenho medo de raios e trovões. Tenho medo do escuro. Tenho medo de fantasmas. Tenho medo de ET's. Tenho medo de grama molhada. Tenho medo de me sentir ridícula. Tenho medo de ficar doente. Tenho medo de parecer chata. Tenho medo de me tornar dispensável. Tenho medo de errar. Tenho medo de me arrepender. Tenho medo de me libertar. Tenho medo de crescer. Tenho medo de me apegar. Tenho medo de me relacionar. Tenho medo de amar. Tenho medo de sofrer. Tenho medo da dor. Tenho medo de não superar meus medos.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Andando pela internet, encontrei um texto muito interessante, e ainda que não consegui descobrir o autor, vou citá-lo:

"Nada adianta atropelar ou forçar caminhos...
TUDO TEM SEU TEMPO!
'Tempo certo' talvez aconteça às vezes, mas não existe 'um só caminho certo', e sim tempos adequados para tudo!"

E é isso que eu venho pensando nesses dias: será que escolhi o caminho certo, será que tomei a melhor decisão? Será que era a coisa certa no momento errado? Será que novamente terei uma oportunidade?

Acho que enquanto estivermos vivos, as oportunidades estão vivas. Às vezes basta esperar um pouco, amadurecer idéias, ou quem sabe olhar para o lado e seguir uma nova rota, que leve ao mesmo destino, ou a um destino melhor ainda.

Odeio a frase: essa era a oportunidade da sua vida! ou: essa era uma oportunidade de ouro! Quem sabe o que o destino nos reserva? Ou talvez seja o sofrimento de uma oportunidade perdida que nos faça crescer para aproveitar todas as outras?