Muitas coisas legais acontecem no dia 25 de julho: é o dia do escritor, do colono e do motorista, dia da República na Tunísia e o dia em que nasceu o Ney Latorraca. Mas também é o dia em que o Lucas nasceu, o que é uma coisa muito triste, porque depois de nascer ele cresceu, eu conheci ele, me apaixonei perdidamente e agora não consigo mais viver sem ele. Triste, isso.

E eu até comprei presente e enviei um cartãozinho virtual - veja a que ponto cheguei. Mas tudo bem, sorte que ninguém jogou um feitiço em nós, eu não sou um falcão e ele não é um lobo*. Imagina, se eu não consigo ficar um dia sem ver ele, esse negócio de “eternamente separados” seria um caos. Fora que eu não tenho vocação pra ser ave.

E depois, quem ia passar o tempo inteiro me enchendo de beijos? Beijo de lobo deve ser estranho. E quem ia dizer pra eu me cuidar, pois gênia da música como sou, possuo grande tendência em morrer aos 27? E quem ia gostar de assistir filmes dos anos 80 comigo? E falar mal de jogador de futebol?

Tudo bem que ele não ache muito legal que eu queira pintar meu cabelo de rosa, nem que eu queira gravar um funk e posar pelada, né. Mas eu compreendo. Ele não precisa me apoiar nas minha ideias loucas, quando ele sempre me apoia em todo o resto. Sempre, mesmo. Por isso e por muito mais, eu amo ele e digo que é uma infelicidade ele ter nascido, porque agora eu me sinto tão arrebatada por esse sentimento e tão vulnerável ao mesmo tempo... Droga. Que vida deprimente.

Mas já que ele nasceu, só me resta aproveitar a presença dele na minha vida e desejar um ótimo aniversário. É, é isso.

*O feitiço de Áquila, 1985