terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sabe o que mais me incomoda? É ver que os homens vivem dizendo que detestam as mulheres que são fúteis, que são inúteis, mas continuam indo atrás delas. Claro, querem sexo fácil. Mas então, que moral eles têm para reclamar de futilidade, se são mais fúteis ainda? Sim, porque pensar só em sexo é uma futilidade. E homem que não tem nada a mais para oferecer do que um orgasmo, no máximo dois, não passa de um inútil. Ou seja: fúteis e inúteis são eles. Querem carne de primeira, quando não sabem nem temperar. Muito menos assar. Arrotam arrogância e se acham centrados, inteligentes, resolvidos, mas não passam de patéticas criaturas que falam uma coisa, mas fazem outra bem diferente.

E ainda querem colocar a culpa nas mulheres por eles serem cafajestes. Ora bolas, eu digo que a culpa é deles pelo fato da maioria das mulheres terem se tornado meros objetos sexuais! Sim, pense bem: que homem se relaciona com uma mulher que não faz sexo no primeiro, segundo, no máximo terceiro encontro? Sabendo disso, não resta alternativa: ninguém quer ficar pra titia.

Mulheres quase sempre buscam relacionamentos afetivos. Só que para conseguir isso, arriscam entregar o próprio corpo à alguém que pode estar querendo somente sexo. E na maioria das vezes é só isso mesmo. É uma aposta com pequena possibilidade de vitória. E este ato é totalmente compreensível. Ficar sentada esperando, recusando todo o assédio, aguardando a sensatez de algum homem, é missão difícil. Porque já se sabe, de antemão, que se você não dá o que eles querem, eles buscam outra. Pra eles, relacionar-se está fora de questão. Amar então, nem pensar. Coitados. Passam a vida evitando os melhores sentimentos, por serem medrosos e inseguros. Fracos e tolos. Fúteis e inúteis.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pensando bem, eu não me arrependo de ter voltado. De ter voltado para a minha vida. Sim, pois eu achava que seria mais feliz bem longe, mas esquecia que a felicidade dependia também de quem eu era. E eu não poderia simplesmente fugir da minha vida. Ela fica na memória, nas lembranças, no comportamento.

Quando me dei conta dessas coisas, compreendi o que eu realmente queria. E não era muito não, como eu imaginava antes. Eu só queria dar boas risadas e me livrar daquele peso nos ombros. O peso da busca de coisas inexistentes. O peso da falta de certezas.

Hoje eu vejo que estava tudo fora do lugar, e em vez de arrumar a bagunça eu queria correr dela. Mas isso nunca adiantava, porque eu sempre tinha que voltar, cedo ou tarde, e perceber que estava tudo lá, do mesmo jeito desorganizado de sempre. Isso não quer dizer que agora eu coloquei tudo no lugar. Só significa que, de vez em quando, eu dou uma arrumadinha, tiro o pó da estagnação.

Pensando bem... eu não me arrependo do que já foi. Tudo serviu pra aprender.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ela me enlouquece. Não aguento ouvir ela miar. Sim, porque agora ela "evoluiu" para essa forma rara de comunicação. E sempre está reclamando que dói isso, que trabalha demais, que está muito nervosa, que ninguém dá atenção. Coitadinha, ela tem todos os problemas do mundo. E eu sou a culpada, segundo ela.

Ela acha que sempre está certa. Que não tem que mudar. Ela não vê os próprios erros, não quer vê-los.

Ela não aguenta pressões. Ela não tem estrutura emocional. Ela delega todas as responsabilidades, porque sempre acha que tem responsabilidades demais.

Ela só sabe viver para os prazeres da vida. Luxo. Luxúria. Todo o resto é muito difícil. Andar com as próprias pernas é muito difícil. Pra mim, ela que é muito difícil.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ele é um ser estranho. Não, na verdade, intrigante. Instigante. O jeito que ele olha... Ele me faz pensar que talvez meus devaneios a seu respeito tenham alguma reciprocidade. Fico confusa. Seria mais fácil me ignorar, assim eu teria certeza que a obsessão é só minha. Mas claro, toda obsessão engloba também a loucura de pensar que o outro pensa o mesmo que você.

Mas não é o caso de pensar que eu esteja fascinada a esse ponto (os loucos nunca acham que são loucos). É apenas uma forma de sair da rotina, criar fantasias e agradar a mente. Resumindo, tudo isso me distrai. Observar ele, tentar entendê-lo... É mais fácil do que tentar entender-me. Viver no mundo da imaginação é mais seguro do que enfrentar a realidade. Aqui, eu posso controlar tudo. Posso até controlar os outros. Posso permitir que ele seja quem eu quiser. E ele é.