Há algum tempo atrás, dizia-se que as mulheres que admitiam gostar de sexo, que caçavam os homens - e  muitos deles ao mesmo tempo - e que trocavam de parceiros constantemente, estavam invertendo os valores sociais e morais, já que mulher devia ser um exemplo de bom comportamento para os filhos e para o resto do mundo.

Mas como o mundo gira, aquelas que antes eram consideradas vulgares e despudoradas foram se tornando a maioria e, por isso mesmo, passaram a ser aceitas, respeitadas e até mesmo reverenciadas por seus atos, já que mostravam que as mulheres tinham conquistado o direito de fazer o que quisessem de suas vidas - e de seus corpos.

E tudo seguia normal, até que uma marca de cerveja e uma cantora mais ou menos resolveram sair por aí querendo complicar aquilo que já estava resolvido, ao dizer que ser safada era ter um casamento certinho e nunca falar de sexo, já que os pais a ensinaram que mulheres deviam ser castas e obedientes por toda a vida. A moçoila teve a ingenuidade de dizer que era saidinha porque dançava em cima da mesa. Quer dizer, a ideia é inverter novamente os valores e fazer todo mundo voltar à época pré-feminismo, onde uma mulher mostrar a perna já era algo muito ousado.

Pode ser só uma campanha publicitária, mas certamente ela foi bolada por homens e, eu me arrisco a dizer que existe, sim, uma mensagem subliminar nesta história, para que as mulheres voltem a ser 'santinhas', certinhas e podadas em suas atitudes. É um retrocesso.